
Texto para www.paraguacity.com
Algumas pessoas são nossas referências. Formam nossa opinião com idéias e exemplos de conduta. Seja um idoso da família; um escritor que traduz em palavras sentimentos que ainda não conhecíamos, mas que sempre estiveram no íntimo; um fundamento religioso; uma ideologia política e por aí vai.
O mesmo acontece com nossa formação civilizatória. O início daquilo que hoje chamamos de organização social e política se deu no Egito antigo. Pirâmides; Faraós; classes sociais; relações comerciais; leis e várias outras instituições comunitárias vieram ao mundo por meio das mentes egípcias.
Recentemente, nossos jornais têm mostrado a reação do povo no Egito para com seu, agora ex, ditador Hosni Mubarak. No último dia onze de fevereiro, após sucessivos protestos populares, o chefe máximo do executivo egípcio viu-se forçado a renunciar. O Supremo Conselho Militar das Forças Armadas assumiu o comando prometendo eleições diretas assim que possível.
Os Estados Unidos, sempre preocupados com a democracia no mundo, durante os trinta anos de ditadura no Egito não mostraram sua insatisfação. Lembrando que os argumentos das armas químicas e do restabelecimento da democracia foram as razões alegadas para a guerra do Iraque, mesmo contrariando a resolução contraria da ONU (Organização das Nações Unidas).
Afinal, ditador amigo pode continuar?
O Egito é um país que fica na margem do Rio Nilo, posto que apenas quatro por cento de seu território é habitável. Não é gratuitamente que Heródoto já disse que o Egito é a dádiva do Nilo. A luta do povo egípcio contra Mubarak estende-se também ao imperialismo estadunidense.
Isso ocorre escancaradamente em nosso país. Metas para a educação, desemprego, juros abusivos e benesses para os grandes capitalistas são parte desse grande polvo com seus mortais tentáculos esparramados pelo mundo. Até quando vamos suportar tudo isso? Quando vamos seguir o exemplo do Egito?
O modelo de resistência já está dado. Mobilização popular! Independente da filiação sindical ou partidária.
Até quando?